Re-Pa: Torcidas organizadas não podem utilizar faixas e camisas

J.N. | 13:28 | 0 comentários


Torcidas organizadas de Clube do Remo e Paysandu seguem sendo proibidas de fazer alusões de suas logomarcas no Re-Pa de sábado



Com o objetivo dialogar sobre o papel das torcidas organizadas em relação à segurança do torcedor nos estádios durante eventos esportivos, a Polícia Militar deu continuidade nesta terça-feira, no auditório do Comando Geral da corporação, ao debate com dirigentes de torcidas dos dois maiores times paraenses, Remo e Paysandu. A reunião levou em conta incidentes recentes envolvendo os torcedores durante partidas entre os rivais.

Membros da Torcida Bicolor, Facção Jovem Bicolor, Pavilhão 6, Piratas Azulinos e Torcida Remista participaram da reunião, que teve a participação de membros do Ministério Público Estadual (MPE) em uma breve palestra sobre o Estatuto do Torcedor. Segundo o subcomandante de policiamento da capital, major da PM Ronald Souza, o encontro serviu para aproximar as torcidas organizadas dos órgãos que compõem o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social.
O encontro também debateu formas de garantir a segurança dos torcedores nos estádios, com, por exemplo, a Rede de Policiamento Comunitária, que seria “uma estratégia de policiamento em que a Polícia Militar pode se aproximar do público alvo, nesse caso, as torcidas organizadas, buscando escutá-las e orientá-las, repassando informações para conhecermos melhor quem são as pessoas que fazem as torcidas”, disse o major.
Segundo ele, isso seria feito por meio do acesso ao cadastro do torcedor, gerando, assim, mais confiança e aumentando a colaboração e cooperação de todos, para que as partidas ocorram sem incidentes. “Os próprios torcedores organizados poderão nos apontar quem estar no estádio praticando desordem”, afirmou o subcomandante.
Para estreitar a relação com os torcedores reunidos em grupos, a PM também pretende promover reuniões regulares com o MPE e as torcidas, a fim de identificar e solucionar os problemas encontrados durantes os jogos, e cadastrar os torcedores afiliados às torcidas, para trocar essas informações com os órgãos de segurança e controlar a filiação de novos torcedores, com o objetivo de evitar os mal intencionados.
Estatuto do Torcedor
O promotor de Justiça Domingos Sávio Alves falou sobre os principais artigos do Estatuto do Torcedor, criado em 2003, por meio da Lei 10.671/ 03. Para ele, os torcedores precisam assumir mais responsabilidades em relação aos direitos e deveres previstos no documento.
- Estivemos aqui a pedido da Polícia Militar para falar sobre o Estatuto do Torcedor, então mostramos para as torcidas organizadas os direitos e os deveres de todos os torcedores. A partir de agora, eles estão cientes do que podem ou não fazer. O que resta é seguir com responsabilidade o que o estatuto prevê. Só podemos avançar se essa conscientização de fato existir - disse.
Para os representantes das torcidas organizadas que estiveram presentes na reunião, a iniciativa do diálogo é importante. “Consideramos a PM e o Ministério Público como nossos parceiros. A gente enxerga as dificuldades e levantamos soluções juntos. Essa iniciativa é um grande passo para melhorar a segurança nos clássicos”, reconheceu o presidente da Terror Bicolor, Paulo Rubens.
Segundo ele, todas as medidas para a legalização da torcida já estão em andamento. “Uma das determinações é que todas as torcidas precisam se adequar ao estatuto e buscar a legalização em registro. As torcidas já deram entrada no município e logo teremos a oportunidade de agir de acordo com a lei. A responsabilidade dos diretores das torcidas é grande, e isso repartimos com o todos os integrantes da nossa torcida. Pedimos que eles se adequem, se organizem, para não pagarmos por delitos individuais”, completou Rubens.
Para o diretor da torcida Pavilhão 6, os diálogos frequentes com o MPE e a PM são importantes porque servem para evitar casos de violência.
- Após essa aproximação, estamos identificando quem são as pessoas que praticam badernas e repassando para os comandos das polícias. Estamos também agindo em conjunto com todas as torcidas e nos reunindo frequentemente. Devido aos fatos que ocorreram, cinco torcidas foram suspensas. Por um lado foi bom, pois buscamos nos legalizar de acordo com o que a lei manda. Fizemos cadastros e estamos buscando o direito de entrar no estádio novamente - afirmou.
Punição
No último dia 15 de fevereiro, o MPE decidiu proibir a alusão, uso de símbolos e camisas das torcidas organizadas Piratas Azulinos e Pavilhão 6, ambas do Clube do Remo, e Bicolor e Facção Jovem Bicolor, do Paysandu, durante as partidas do Campeonato Paraense 2013. A medida visa prevenir conflitos e crimes entre torcedores.
Torcida organizada Remo (Foto: Eunice Pinto/ Ag. Pará)Torcidas organizada do Remo estiveram na reunião (Foto: Eunice Pinto/ Ag. Pará)
Segundo o promotor Domingos Sávio Alves, uma reunião será agendada para determinar que utensílios as torcidas organizadas poderão levar para o jogo do próximo sábado (16), mas a Terror Bicolor e a Remista continuam suspensas.
- Para as torcidas que têm se comportado adequadamente nos últimos jogos, podem se liberar as bandeiras e batucadas, até como forma de premiá-las. Uma vez liberados esses adereços, iremos analisar como eles se comportam. Vamos dando continuidade nesse trabalho de pacificação e liberando aos poucos os outros utensílios. As que não se comportarem bem serão vetadas. As torcidas Terror Bicolor e a Remista não vão levar nada para o jogo, porque não seguiram as nossas determinações durante as duas últimas partidas - disse o promotor.

Category:

0 comentários

Mensagens de vacilões, serão excluídas!

Publicidade!

Descubra Agora